Em sistemas de combate a incêndio, cada componente tem uma função crítica. Um dos mais subestimados, porém essenciais, é a válvula de alívio. Neste artigo, você entenderá o que ocorre quando ela falha ou não atua como deveria — e verá os resultados de uma simulação real conduzida em bombas hidráulicas utilizadas para contenção de incêndios.
A Função Vital da Válvula de Alívio
A válvula de alívio é projetada para liberar o excesso de pressão gerado em um sistema hidráulico quando a bomba está em funcionamento, mas os dispositivos de saída (como hidrantes ou sprinklers) ainda não foram acionados. Sem esse alívio, o sistema entra em sobrepressão rapidamente — o que pode gerar falhas mecânicas, vazamentos ou até explosões em pontos críticos.
Quando a Válvula de Alívio Não Funciona
Em uma simulação prática conduzida com uma bomba de combate a incêndio padrão, a válvula de alívio foi desativada para observar os efeitos reais de sua ausência. O resultado é preocupante:
1. Aumento Rápido e Perigoso da Pressão
Sem o alívio adequado, a pressão no sistema ultrapassou os limites toleráveis em menos de 60 segundos. Isso coloca em risco a integridade de conexões, registros e até da própria bomba.
2. Superaquecimento e Cavitação
Com a água sendo pressionada sem ter para onde escoar, a bomba começou a vibrar de forma irregular, gerando calor excessivo e cavitação, um fenômeno que desgasta as partes internas da bomba com bolhas de vapor.
3. Danos Imediatos e Risco de Colapso
Durante a simulação, foi necessária a parada manual para evitar um colapso completo. Foram observadas fissuras nos acoplamentos, desgaste nas gaxetas e deformações leves nos suportes da bomba.
Por que Isso é Tão Grave?
Um sistema de incêndio precisa estar 100% funcional e confiável no momento em que for acionado. Uma válvula de alívio que não atua compromete:
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A segurança de pessoas e patrimônios
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A integridade do sistema hidráulico
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A conformidade com normas técnicas (como a NFPA 20 ou NBR 10897)
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A durabilidade das bombas e tubulações
Como Evitar Esse Tipo de Falha?
Prevenção é a chave. Veja algumas medidas recomendadas:
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Testes periódicos da válvula de alívio, simulando pressão real
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Manutenções preventivas com inspeções visuais e funcionais
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Instalação de válvulas de alívio certificadas e dimensionadas corretamente
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Presença de redundância em sistemas críticos (dupla válvula de alívio)
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Registro e arquivamento dos testes conforme exigido por normas de segurança
Quando a válvula de alívio não atua, os danos podem ser imediatos, caros — e perigosos. A simulação real realizada em uma bomba de combate a incêndio deixa claro: esse pequeno componente pode ser o que separa um sistema seguro de um colapso total.
Manter as válvulas funcionando corretamente não é apenas uma obrigação técnica — é um compromisso com a segurança de vidas e patrimônios.